Casamento & Casamento Eterno:
A Analogia da Laje de Concreto
Marcus
H. Martins, Ph.D.
Ensaio
Postado na Mídia Social - 2015
Introdução
Em
2015 eu escrevi um comentário online sobre a diferença
entre a ordenança divina do casamento e do casamento civil
regular. Reproduzo aqui uma versão ligeiramente editada e
ampliada daquelas observações.
Eu
faria uma analogia entre a instituição divina do
casamento--especificamente a ordenança de selamento no templo, o
Novo e Eterno Convênio do Casamento (Doutrina e Convênios 131:1-4)--e uma laje de concreto.
No início de minha vida profissional (meados dos anos 70)
eu trabalhei na indústria da construção civil, e
por isso eu sei um pouco sobre a qualidade e proporções
dos materiais (tipos de cimento, brita, areia, água, e
aço) usados no preparo do concreto, e dos cuidados
necessários durante sua mistura e uso.
Fazendo uma
analogia entre esses materiais que compõem o concreto e o Novo e
Eterno Convênio do Casamento, eu imaginaria o seguinte:
- O
cimento representaria o sacerdócio, o poder e autoridade
através do qual um homem e uma mulher são unidos como
casal para o tempo e a eternidade.
- Os
agregados (brita e areia) representariam os elementos essenciais de
amor, gentileza, respeito, e atenção que devem permear o
relacionamento entre um casal e eventualmente entre os demais membros
da família--filhos, parentes, etc. Sem estes, a "laje" (ou
casamento) não teria durabilidade. Não há
selamento num templo que force duas pessoas que não se suportam
a permanecer unidas para sempre.
- A
água representaria certas ordenanças do evangelho de
Jesus Cristo--(por ora) batismo, sacramento, e
ablução--vivificadas pelo poder da expiação
de Jesus Cristo, e administradas por meio da autoridade do
sacerdócio--que com o tempo ligam (fixam, vinculam, unem) os
outros elementos, gerando o processo de solidificação da
"laje", ou do relacionamento eterno.
- O
aço representaria a estrutura de apoio que a Igreja de Jesus
Cristos dos Santos dos Últimos Dias provê aos casais e
às famílias, moldando a instituição do
casamento e da família em formatos divinamente aprovados e
revelados a profetas vivos.
Todas
as bênçãos, honras, e privilégios do Novo e
Eterno Convênio do Casamento que vierem a ser desfrutados em
esferas de glória eterna, serão instalados acima desta
"laje" estabelecida aqui na mortalidade na Casa do Senhor, e
solidificada em nossos lares temporariamente imperfeitos.
Aplicando esta analogia ao casamento civil ou casamento somente para o tempo, eu diria o seguinte:
O
casamento civil é uma instituição definida e
sancionada pelo poder do estado ou governo civil. Usando a
analogia descrita acima, essa "laje" não tem nem cimento nem
água, e os agregados e o aço são sustentados por
moldes de madeira, ou as leis civis vigentes na sociedade. Tais
moldes podem seguir os mais variados formatos, dependendo das leis
aprovadas por congressos, parlamentos, ou monarcas mortais. No
entanto, justamente por serem estabelecidos por poderes mortais, com a
chegada da morte os moldes de madeira se desintegram, e a "laje" se
desintegra.
Felizmente, ordenanças sagradas realizadas
nos templos podem adicionar "concreto e água"--isto é, o
sacerdócio e o poder da expiação de Jesus
Cristo--a esses relacionamentos estabelecidos civilmente, e, se
confirmados por todas as partes envolvidas, esses relacionamentos podem
então durar para sempre.
Marcus
H. Martins é professor de religião e
liderança e ex-decano de educação
religiosa na Brigham Young University-Hawaii. Ele escreveu o livro
"Setting the Record Straight: Blacks and the Mormon Priesthood"
("Fazendo o Registro Correto: Negros e o Sacerdócio
Mórmon") e o
manuscrito "The Priesthood: Earthly Symbols and Heavenly Realities" ("O
Sacerdócio: Símbolos Terrenos e Realidades
Celestiais"). Ele discursou
em conferências e eventos nos Estados Unidos (onde vive desde
1990),
Brasil, China, Inglaterra, Hong Kong, Japão,
Malásia, Ilhas Marshall,
Portugal, Catar e Cingapura. O irmão Martins ingressou na
Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias em 1972 e tornou-se
o primeiro
santo dos últimos dias com ascendência negra
africana a servir uma
missão de tempo integral após a
Revelação de 1978. Ele serviu duas
vezes como bispo, sete vezes como sumo conselheiro de estaca,
três
vezes como oficiante do templo, tradutor do Livro de Mórmon
e
presidente da Missão Brasil São Paulo Norte com
sua esposa, Mirian
Abelin Barbosa. O casal tem quatro filhos e oito netos.
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Marcus H. Martins, 2015