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Dr. Marcus H. Martins  

 
  

Todos Sno (Realmente) Iguais Perante Deus:
Reflextes Pessoais Sobre a Revelaçno de 1978


por Marcus H. Martins, Ph.D.

 

Transcrição do Vídeo
gravado na BYU-TV em
12 de Junho de 2001

Transmitido em
Setembro de 2001

Copyright 2001
Todos os Direitos Reservados
Traduzido e Editado
em Março de 2002



Estou contente por estar aqui nesta ocasião. Para mim é uma grande honra poder trazer alguns pensamentos pessoais. Devo começar dizendo que o que eu vou falar para vocês, ou a maioria do que eu vou falar são impressões pessoais, ou reflexões pessoais. Vou usar as escrituras e as palavras de alguns dos profetas dos últimos dias. Contudo, a maior parte do que vou apresentar é baseado no meu entendimento e interpretação pessoais destas escrituras e destas declarações proféticas.

Eu intitulei esta apresentação “Todos São (Realmente) Iguais Perante Deus: Reflexões Pessoais Sobre a Revelação de 1978.” Minha esposa e eu fomos honrados com várias oportunidades de discursar em várias partes dos Estados Unidos, e na maioria dessas ocasiões que eu fui convidado falar na proibição baseada em linhagem que existiu na Igreja até 1978, através da qual homens da raça negra não podiam ser ordenados ao sacerdócio após seu batismo.

Sinto que devo começar prestando o meu testemunho. Sei que aquele Deus vive e que Jesus é o Cristo, nosso Salvador e Redentor. Sei que eles apareceram a Joseph Smith Jr na primavera de 1820. Sei que Joseph era um profeta verdadeiro de Deus assim como o foram todos os seus sucessores, incluindo o nosso profeta atual, Presidente Gordon B. Hinckley. Eu honro a memória desses homens e expresso a minha lealdade e apoio à Primeira Presidência, ao Quorum dos Doze Apóstolos, e a todas as outras Autoridades Gerais da Igreja.

Isto posto, como eu o estava dizendo antes, todos os anos eu recebo várias perguntas sobre a proibição baseada em linhagem e sobre o relacionamento que existe entre nós, Santos dos Últimos Dias, e o mundo em general. Estas perguntas chegam a mim todos os anos por meio de cartas, e-mails, e telefonemas. Recebo em torno de cem contatos a cada ano me pedindo informações sobre o assunto.

Então decidi apresentar nesta palestra aquilo que eu tenho respondido em todas estas palestras, serões, cartas, e e-mails. Em primeiro lugar, vou falar um pouco sobre a proibição baseada em linhagem. Especificamente, o que nós sabemos oficialmente sobre a proibição. Depois, vou abordar o que nós não sabemos sobre essa proibição--ou seja, as coisas que não sabemos com certeza ou que nada sabemos. Penso ser importante esclarecer as coisas que não sabemos a respeito desse assunto.

Então apresentarei alguns pensamentos pessoais sobre o assunto, e a seguir apresentarei declarações feitas por algumas testemunhas públicas daquela revelação recebida em 1978 que estendeu o sacerdócio e todas as bênçãos do evangelho--incluindo as bênçãos do templo--a todos os homens dignos da Igreja. Finalmente, apresentarei algumas declarações proféticas em relação a relações raciais e sugerirei uma forma de lidar com declarações de passado sobre a proibição.

 

A Proibição por Linhagem: O que é Conhecido com Certeza

Vamos começar com o que nós sabemos, baseado na história documentada da Igreja.

O Profeta Joseph Smith advogou a proibição baseada em linhagem, mas não impediu que o irmão Elijah Abel, um membro negro, fosse ordenado élder e setenta em Kirtland, em 1836. Devo adicionar o irmão Abel serviu três missões de tempo integral para a Igreja. Sabemos também com certeza que no dia 4 de junho de 1879 o Presidente John Taylor ratificou a proibição baseando-se em grande parte no depoimento dos irmãos Zebedee Coltrin e Abraham Smoot.

No dia 18 de agosto de 1900, o Presidente Lorenzo Snow declarou que não tinha certeza se as explicações existentes para a proibição tinham sido opiniões pessoais ou revelações. Isto é altamente significativo. Aqui temos um presidente da Igreja que dizendo que ele não sabia se a proibição tinha sido simplesmente a conseqüência de opiniões pessoais.

Nós também sabemos que em 1954 o Presidente David O. McKay pediu a um comitê composto de membros do Quorum dos Doze que estudasse o assunto, e o comitê concluiu que não havia nenhuma base doutrinária para a proibição. O Presidente McKay foi um dos presidentes da Igreja no século 20 quem esteve bem sintonizado com a idéia de uma Igreja verdadeiramente internacional, crescendo por todo o mundo. Aliás lembro-me de uma edição da revista Ensign em que havia uma declaração do Presidente McKay sobre a universalidade da Igreja publicada em vários idiomas. Baseado no resultado deste comitê, o que fez o Presidente McKay? Como um profeta vivo, Presidente McKay consultou o Senhor e nós sabemos que o Presidente McKay expressou o desejo de acabar com a proibição, mas para sua decepção, a resposta às suas orações revelou o contrário.

Também sabemos que em 1973 um outro presidente da Igreja, Presidente Harold B. Lee, passou 3 dias e noites orando e jejuando sobre o asusnto, mas a resposta foi: “Ainda não.”

Irmãos e irmãs, esta é a informação confiável que temos sobre a proibição do sacerdócio. Todas essas informações são substanciadas por evidência documentária achada nos arquivos da Igreja e através de testemunhas confiáveis.

A Proibição por Linhagem: O que é Incerto--e o que é Desconhecido
 
Agora vamos dar uma olhada nas coisas sobre a proibição que nós não sabemos com certeza, e outras sobre as quais nós nada sabemos. Essas seriam: a origem histórica precisa da proibição; a hipótese da pre-existência; a hipótese da preparação; os critérios para pre-ordenação; e a hereditariedade das maldições.

Comecemos, então, com a origem histórica precisa da proibição. Nós não sabemos com certeza quando a proibição do sacerdócio se originou, ou quando foi imposta pela primeira vez. Alguns autores SUD do final do século 19 e do início do século 20 sugeriram que a origem da proibição pode ser traçada a acontecimentos mencionados na Pérola de Grande Valor.

Lá, lemos que Faraó, um descendente de Noé, fora amaldiçoado com referência a o sacerdócio. Ele era descendente de Canaã, neto do Noé. Canaã havia sido amaldiçoado com relação ao sacerdócio, e como Faraó era membro daquela linhagem, ele não podia receber o sacerdócio. E aqui vemos porquê não sabemos a origem precisa da proibição. Aprendemos em Gênesis que Cão, filho de Noé, teve quatro filhos, e nós sabemos que Canaã, um daqueles filhos, foi amaldiçoado concernente ao sacerdócio. Então aqui surge uma pergunta simples: E o que aconteceu com os outros três filhos? E a resposta é igualmente simples: Não sabemos.

Nós também aprendemos na Pérola de Grande Valor, em Moisés capítulo 7, que um grupo conhecido como o povo de Canaã(a) cometera genocídio. Eles destruiram uma outra nação ou outro grupo, e por causa disso foram amaldiçoados com uma cor negra, e mais adiante o texto da Pérola de Grande Valor diz que a semente de Caim era negra e não tinha lugar entre o povo de Deus, que naquela época era o povo de Enoque, na cidade de Enoque, que é Sião.

Mas observemos o seguinte: (1) o texto nada fala a respeito do sacerdócio, e (2) estamos lidando com uma situação em que um grupo inteiro de pessoas foi amaldiçoado por haver cometido genocídio, e não por qualquer outra razão aparente. Simplesmente porque cometeram genocídio, possivelmente de uma maneira covarde.

E o texto também não especifica se todos eles foram amaldiçoados ou se havia pessoas dentre o povo de Canaã(a) que eram crentes. E quanto à semente de Caim não ter um lugar entre o povo de Enoque, nós temos que lembrar que o texto indica que os descendentes do Caim viviam numa sociedade governada por uma combinação secreta assassina. Esse não era um lugar onde se iria ensinar o evangelho--a uma população que cometia assassinatos como meio de vida.

Em resumo, nós não sabemos a origem histórica precisa da proibição, e as nossas escrituras não dizem nada a respeito. E o que elas dizem ainda dá margem a muitas outras interrogações. E nas escrituras nós não conseguimos indicar exatamente onde a proibição começou.

Alguém pode perguntar: “E que tal as declarações feitas pelo Profeta Joseph Smith?” Bem, o fato de que ele não impediu a ordenação do irmão Elijah Abel--e o profeta conhecia o irmão Abel--abre espaço paro todo tipo de perguntas. O Profeta Joseph de nunca elaborou sobre o assunto. Nós não sabemos, por exemplo, se a sua declaração naquela época teve algo a ver com a escravidão, que era ainda legal na maior parte dos Estados Unidos. Era possível, ou pelo menos podemos conceber a possibilidade de que ele estava apenas tentando viver a lei do país, ou talvez tentando evitar maiores problemas para a Igreja.

Certa vez eu ouvi um argumento muito interessante que fornece uma hipótese alternativa para a existência do proibição. Ao invés de concentrarmos num assassinato ocorrido há 6.000 anos atrás, ou para uma discussão familiar ocorrida há 5.000 anos, consideremos este cenário: O que poderia acontecer se um escravo negro fosse ordenado ao sacerdócio? Suponhamos que o proprietário do escravo chegasse e dissesse: “Tenho uma criança doente em casa. Quero que você a cure, caso contrário eu vou te matar.” Sob as condições desumanas da escravidão, esse não é um cenário absurdo. Um proprietário de escravos possuía poder de vida e morte sobre seus escravos. Então, não seria concebível que o Profeta Joseph tivesse a escravidão em mente ao advogar que membros negros não deviam ser ordenados ao sacerdócio, e não qualquer outra consideração? Mais uma vez, só temos a “resposta de três palavras”: Nós não sabemos. E o fato de não sabermos, abre a porta para todo tipo de perguntas sobre o assunto.

 
Coisas Que Não Sabemos: A Hipótese da Pre-Existência
Agora, continuando com nossa revisão dos antigos argumentos usados para explicar a existência da proibição, vamos rever a “hipótese da pre-existência.” Vale relembrar de que estas coisas que eu estou listando aqui são coisas que nós não sabemos com certeza ou sobre as quais nada se sabe no momento. E estou apenas tentando demonstrar porquê estes argumentos não servem para explicar a existência da proibição.

A hipótese de pre-existência consiste do seguinte: No início do século 20 algumas pessoas argumentaram que a proibição fora imposta porque as pessoas da raça negra haviam sido menos valentes, ou menos fiéis, na existência pré-mortal. Mais uma vez, nós não encontramos quaisquer declarações proféticas estabelecendo tal idéia como uma nova doutrina, e ela também não é encontrada nas escrituras. Entretanto, nas mentes de membros de Igreja no início do século 20, esta hipótese fez sentido e um bom número de pessoas a aceitou como uma explicação válida, e alguns até escreveram em sua defesa.

As pessoas têm direito à sua própria opinião. O povo dos Estados Unidos de América tem em sua constituição o direito de liberdade de expressão e consciência. Mas ter esse direito, não significa que opiniões pessoais automaticamente podem tornar-se doutrina, mesmo quando tais opiniões possam parecer lógicas numa certa época.

Sabemos muito pouco sobre a pré-existência. Sabemos que vivemos como espíritos com nosso Pai Celestial. Também sabemos que como espíritos nós passamos por várias experiências, que podíamos exercitar nosso arbítrio até certo ponto, e que queríamos ser como nosso Pai Celestial. E por causa disso Ele organizou esta terra onde estamos no momento e organizou o plano de salvação para nós. E isso é basicamento tudo o que sabemos sobre a pré-existência. Sabemos alguns detalhes a mais, mas que não relacionam com este assunto em particular.

Chamo sua atenção para o argumento que as pessoas apresentaram para justificar a proibição baseado na visão de Abraão contida na Pérola de Grande Valor. O Senhor mostrou a Abraão os espíritos pré-mortais, e explicou que havia uma espécie de hierarquia entre os espíritos. Ele disse que alguns espíritos eram “nobres e grandes.” E o Senhor disse faria de alguns desses espíritos seus governantes na terra (Abraão 3:22-23). Isso me levou a pensar e ponderar durante muito tempo. E cheguei à conclusão de que isso era realmente verdade. Era a palavra do Senhor e eu acredito e tenho um testemunho de que a Pérola de Grande Valor é um texto inspirado. Entretanto, precisamos ter cuidado com o uso da linguagem.

Baseado na minha experiência ao traduzir o Livro de Mórmon, ou ao trabalhar numa nova tradução do Livro de Mórmon em meu idioma nativo, eu aprendi que as palavras são apenas ferramentas imperfeitas. E também que frequentemente usamos estas palavras com definições mortais imperfeitas. E existe um problema natural quando usamos palavras mortais para definir conceitos imortais. Definições mortais--naturalmente imperfeitas--usadas para descrever conceitos imortais e perfeitos. Isso me levou a escrever o seguinte:

“... conceitos tais como: progresso, inteligência, bravura ou valor, devem ser usados com cuidado quando referindo-se às correspondentes virtudes perfeitas encontradas nos mundos eternos. Sem esse cuidado, as definições mortais para tais conceitos podem acabar sendo fortemente influenciadas por preconceitos sociais imperfeitos e ocasionalmente detestáveis.

“... O uso descuidado de imperfeitas definições mortais para progresso, inteligência, e valor com o intuito de explicar seus correlativos imortais pode acabar numa tentativa fútil de imaginar sistemas preconceituosos e nocivos em esferas onde tais coisas não existem.” (Considerações sobre Raças, Pre-Existência, e Mortalidade, 1999)


Coisas Que Não Sabemos: A Hipótese da Preparação
Continuando com nossa revisão dos antigos argumentos usados para explicar a existência da proibição, vamos rever a “hipótese da preparação.” Algumas pessoas argumentaram que a razão pela qual havia uma proibição antes de 1978 era porque antes de 1978, os homens da raça negra não estavam prontos para receber o sacerdócio. Um outro grupo das pessoas veio com uma explicação alternativa, dizendo que eram as pessoas da raça branca que não estavam prontas para ver os negros receberem o sacerdócio.

Pois muito bem. Eis o que eu tenho que dizer sobre essa hipótese: eu nunca conduzi nenhuma pesquisa de opinião sobre o assunto; portanto eu não sei nada sobre o grau de preparação deste ou daquele grupo. Eu não posso dizer nada sobre isso. E além do mais, eu já ouvi pessoas me dizerem: “Eu conheci um homem na minha vizinhança que todo mundo podia ver que não estava pronto para receber o sacerdócio.” Muito bem. Mas a pergunta que eu faço é a seguinte: Quão representantativo da população negra em geral era este homem? Então você conhece alguém em sua vizinhança; como é que essa pessoa se compara com o restante da população do país--ou do mundo?

Hoje em dia temos acesso à pesquisas históricas feitas por um número de estudiosos, tais como Dr. Dale LeBaron, Jessie Embry, Mark Grover, e vários outros. Encontramos nesses estudos grandes relatos de fé, relatos que serão fonte de inspiração para as gerações futuras. Experiências vindas da África, dos Estados Unidos, do Brasil, e eu tive naturalmente, muito perto de mim, meus pais, grandes pessoas de grande fé. Pessoas que tornaram-se membros da Igreja, mesmo sabendo que eles possivelmente nunca desfrutariam dos benefícios plenos de sua associação com a Igreja. Temos os relatos de pessoas em Gana e na Nigéria, que imploraram para que a Igreja fosse estabelecida entre eles. E enquanto a Igreja não pôde estar entre eles, algum deles começaram a Igreja por conta própria. Receberam literatura oficial da Igreja, e realizaram reuniões por si mesmos. Como qualquer pessoa poderia dizer que esses indivíduos não estavam prontos? Nós não podemos dizer nada sobre quem estava pronto e quem não estava.

Se me permitem compartilhar um relato pessoal, com eu me lembro de quando completei dezesseis anos de idade. Meus pais e eu fomos batizados--e naquela época eu só tinha uma irmã que tinha seis anos de idade; anos mais tarde a nossa família cresceu, e agora tenho duas irmãs e um irmão. Eu tinha treze anos de idade quando me tornei membro da Igreja. Quando eu completei dezesseis anos meu pai instruiu-me a aprender como executar as ordenanças que um sacerdote no Sacerdócio Aarônico teria o direito e a autoridade para oficiar. Aprender como batizar, como administrar o sacramento, e aprender como ordenar outros sacerdotes. E naturalmente, tendo dezesseis anos de idade, eu perguntei ao meu pai, “Mas por quê? Eu não vou ser ordenado um sacerdote. Por quê eu devo fazer isso?” E ele disse, “Simplesmente porque voce tem dezesseis anos de idade, e isso é o que é esperado de um rapaz de dezesseis anos na Igreja. Se você fôsse ordenado ao sacerdócio, você seria um sacerdote agora. Mas porque você não o é, não quer dizer que você não irá fazer o máximo que você puder sem o sacerdócio.”

Então, empreendi a tarefa de aprender aquelas ordenanças. Quando completei dezoito anos, meu pai me disse que fizesse a mesma coisa: Aprender como confirmar membros da Igreja, aprender como administrar as outras ordenanças do Sacerdócio de Melquisedeque, aprender como administrar aos enfermos. Eu fiz isso, e pouco mais de um ano depois, quando a revelação que estendeu o sacerdócio veio, eu estava pronto. Por causa da fé de meu pai, eu estava pronto.

Resumindo esse ponto, nós não podemos dizer nada sobre o grau de preparação de pessoas que nós nunca conhecemos. Acreditar em falta de preparação para o sacerdócio pode ser um argumento suficiente para alguns indivíduos. Pode até trazer alguma paz de consciência ou satisfação. Tudo bem. Mas a simples produção de paz e satisfação não torna uma declaração parte da doutrina verdadeira.
 
 
Coisas Que Não Sabemos: Os Critérios para Pré-Ordenação
Uma outra coisa sobre a qual nada sabemos é o critério que nosso Pai Celestial usou para nossa pré-ordenação. Nós sabemos que a casa do Senhor é uma casa de ordem. Consideramos que deve ter havido alguma espécie de organização no mundo pré-mortal que nos designou a nascer em diferentes linhagens, nacionalidades, e épocas da história. Eu não acredito que um de nós simplesmente estava passeando na pré-existência, e então tropeçou e caiu na Alemanha. Eu não acredito que tenha sido assim. Deve ter havido alguma espécie de organização de acordo com a presciência de nosso Pai Celestial. Mas, no momento nós nada sabemos sobre as atividades de tal organização.

E para aqueles que argumentam que circunstâncias terrenas são uma conseqüência direta de comportamento (ou mau comportamento) pré-mortal, eu sugiro uma leitura cuidadosa do que o Senhor declarou em Doutrina e Convênios:

“E novamente vos digo: Que todo homem estime a seu irmão como a si mesmo. Pois qual é o homem entre vós que, tendo doze filhos que o servem obedientemente e não faz acepção deles, diz a um: Veste-te com mantos e senta-te aqui; e ao outro: Veste-te com trapos e senta-te acolá--e, olhando para seus filhos, diria: Sou justo? Eis que isto vos dei como parábola e é como eu sou. Digo-vos: Sede um; e se não sois um, não sois meus.” (Doutrina e Convênios 38:25-27)

Foi baseado em escrituras como esta que eu fui levado a escrever o seguinte, concernente a pré-ordenações, e nosso potencial de alcançar a exaltação:

“... nosso potencial e probabilidade de alcançar exaltação e vida eterna não são dependentes de eventos e circunstâncias da existência pré-mortal. ... [Exaltação] e vida eterna são inteiramente dependentes da nossa fé e obediência seguidas da misericórdia divina, e ... a salvação é oferecida a todos, independente de circunstâncias materiais. ...

“No passado alguns sugeriram que um nascimento sob ... circunstâncias 'favoráveis' poderia ser visto como uma recompensa por ações justas na pré-existência. Entretanto, se tal idéia fosse verdadeira, como poderíamos explicar o nascimento de Abraão num lar onde o pai era idólatra e abusivo? ...

“Associar circunstâncias materialistas com recompensas pré-mortais negaria a possibilidade de os governantes pré-ordenados pelo Senhor estarem nascendo em todas as nações e sob uma variedade de circunstâncias sociais e econômicas.” (Considerações sobre Raças, Pre-Existência, e Mortalidade, 1999)


Coisas Que Não Sabemos: A Hereditariedade das Maldições

Agora eu gostaria de prosseguir e discutir um outro argumento antigo usado na tentativa de explicar a proibição: A hereditariedade das maldições. No passado algumas pessoas argumentaram: “Canaã foi amaldiçoado, e os negros são descendentes de Canaã;” (Algo que não sabemos com certeza) “portanto a eles foram negadas certas bênçãos.”

Chamo sua atenção para o fato de que nas escrituras, provavelmente desde os dias do Antigo Testamento, nós encontramos o decreto que os filhos não receberão a punição reservada para os pais. Acreditamos que os homens serão punidos pelos seus próprios pecados, e não pela transgressão de Adão, ou de Caim, ou de Canaã, ou de seja quem fôr. Baseado nesse pensamento, escrevi o seguinte:

“... as maldições são tão hereditárias quanto as bênçãos. E assim como as bênçãos dos pais são conferidas aos filhos somente sob a condição de retidão individual, da mesma forma, maldições só podem ser transferidas de uma geração para outra sob a condição de iniquidade. ...

“Quando lemos que um certo povo foi amaldiçoado, frequentemente não perguntamos por que motivo eles foram amaldiçoados, nem sob que condições a maldição foi imposta, e mais importante, sob que condições a maldição poderia ser retirada.” (Considerações sobre Raças, Pre-Existência, e Mortalidade, 1999)

 

Por Quê Houve uma Proibição Baseada em Linhagem?
Estes foram os argumentos principais que foram usados no passado distante como tentativas de explicar a proibição. Visto que, como demonstrei aqui, nenhum desses argumentos é suficiente para explicar a proibição, a próxima pergunta seria: Então, por quê houve uma proibição baseada em linhagem? E para obter uma resposta, meus amigos, vamos à declaração oficial da Igreja, que sempre foi a posição oficial da Igreja. Em 1969 a Primeira Presidência encabeçada pelo Presidente David O. McKay esclareceu que a proibição existia:

“[... Por] razões que nós acreditamos são conhecidas por Deus, as quais que ele não tornou plenamente conhecidas aos homens.” (Church News, 15 dezembro 1969)

Por quê houve uma proibição baseada em linhagem? Nós não sabemos. O Senhor nunca explicou. Entendo que isto pode ser insuficiente para algumas pessoas. Entretanto, deixe-me compartilhar um testemunho sobre isso. Anos atrás eu costumava pensar: “Um dia, eu vou estar na presença do Senhor e então perguntarei por quê.” Mas agora, um longo tempo e maior experiência no reino de Deus ensinaram-me o contrário. Pelo poder do Espírito Santo eu senti muitas vezes o amor do Senhor para comigo. E quando considero nosso Pai Celestial deu seu Filho Unigênito para sofrer agonia e dor infinitas por mim ... eu não ouso perguntar ou pedir coisa nenhuma, a não ser “Que tua vontade seja feita, meu Senhor e meu Deus.” Honestamente, esse é o meu sentimento sobre o assunto.


Lidando com Declarações do Passado
 
A próxima pergunta poderia ser: o que fazer quando alguém nos conta isso-ou-aquilo sobre o que a Igreja supostamente acredita em relação a raças, etc.? Permita-me começar minha resposta lembrando que nossa crença em revelação contínua faz com que certas declarações são sensíveis à passagem do tempo. Além do mais, precisamos ter cuidado com o problema de citações e interpretações errôneas disfarçadas como pronunciamentos oficiais feitos por líderes de Igreja.

Muito freqüentemente ouvimos citações que começam assim: “Um líder da Igreja disse ...”  Ao ouvir pessoas falando assim, ou fazendo perguntas baseadas em declarações supostamente feitas por um líder da Igreja, pergunte: “Quem disse isso? Quem era este líder da Igreja? O que exatamente o líder da Igreja disse? Você pode me dar uma citação exata? Aonde ele disse isto, e em que contexto?”  Muito freqüentemente vemos pessoas dizerem coisas usando este “apelo à autoridade“, ou a “Abordagem do Líder da Igreja“, sem saber exatamente que o que foi dito. Às vezes essas pessoas respondem dizendo algo mais ou menos assim: “Meu primo tem um amigo cujo irmão foi a um churrasco na ala dele, e parece que tinha uma Autoridade Geral presente que disse tal-e-tal coisa.” Ao ouvir coisas assim, eu respondo: “Devagar com o andor!”

Declarações desse tipo não apenas não se enquadram no padrão do que consideramos doutrina oficial de Igreja, como em realidade constituem boatos da pior espécie!  E qualquer um que toma decisões importantes baseadas em informação desse tipo está correndo o risco de cometer erros que levarão a desapontamentos, frustração, e perda de força espiritual. Freqüentemente achamos este tipo de informação vagando pela Internet: relatos de supostos milagres--a maioria dos quais não são verdadeiros, e sim citações errôneas ou mesmo invenções ridículas. E certas pessoas são ingênuas, e ficam passando essas mensagens adiante. Ao invés de fazer isso, tente dizer: “Deixe-me ver, deixe-me verificar esta citação.” Nem tudo que soa grandioso, doce, ou poético, é necessariamente verdadeiro, muito menos doutrina. Precisamos ter cuidado com isso. Então, como devemos lidar com as declarações feitas no passado distante sobre a proibição por linhagem?  Eis o que o Élder Bruce R. McConkie sugeriu em 1978, algumas semanas depois que a revelação foi recebida:

“... Esqueçam tudo o que eu disse, ou que o Presidente Brigham Young, ou quem quer que seja ... disse no passado que seja contrário à revelação presente. Nós falamos com um entendimento limitado e sem a luz e o conhecimento que agora chegou ao mundo.  ...

“Não faz uma partícula de diferença o que qualquer pessoa tenha dito sobre [este] assunto antes do primeiro dia de junho deste ano, 1978. ... e quanto a quaisquer fagulhas de luz ou partículas de escuridão do passado, vamos deixá-las de lado.”  (“All Are Alike Unto God, publicado em Charge to Religious Educators (1982), pp.152-155)

Considero que essa foi uma declaração tremendamente corajosa. Eu sempre admirei aquele grande homem e apóstolo do Senhor. E depois que li esta declaração que ele fez a uma audiência de professores de religião da Igreja, eu o admirei ainda mais. O homem era grande nos meus olhos e tornou-se maior ainda para mim quando li isto. E como se isso não fosse suficiente, temos uma segunda testemunha para esta abordagem para lidar com idéias incorretas do passado.

Em 1988 o Élder Dallin H. Oaks, também do Quorum dos Doze, deu uma entrevista à Associated Press. E ele disse o seguinte naquela entrevista:

“... Não é o padrão do Senhor dar razões. Nós podemos encontrar razões para os mandamentos. Quando o fazemos, estamos sózinhos. Algumas pessoas criaram razões para [a proibição] e acabaram espetacularmente erradas. Há uma lição em isso. A lição que eu aprendi, me fez decidir há um bom tempo atrás que eu teria fé no mandamento mas não nas razões que haviam sido sugeridas para ele.

“... Estou me referindo a razões criadas por autoridades gerais e outras razões elaboradas sobre [aquelas razões] por outras pessoas. O conjunto de razões pareceu a mim ser um risco desnecessário. ...

“Não vamos cometer o erro que foi feito no passado, aqui e em outras áreas, de tentar encontrar razões para a revelação. As razões acabam sendo idéias dos homens em grande parte. As revelações são o que nós apoiamos como a vontade do Senhor e é aí que se acha segurança.” (Entrevista à Associated Press, publicado no Daily Herald, Provo, Utah, 5 de Junho de 1988)

Não tentemos desenvolver razões. Sim, houve uma proibição baseada em linhagens, mas isso é tudo o que sabemos. Não tentemos perpetuar as explicações ou tentativas de explicação mortais do passado, pois elas não podem explicar nada.

Baseado nos argumentos alternativos que eu apresentei hoje, pode-se ver que tais argumentos não explicavam coisa alguma. Não vamos tentar perpetuar isso. Eu convidaria aqueles que estão distribuindo este tipo de informação a pararem de fazê-lo. Convidaria autores, pelo menos aqueles que ainda estão vivos, a revisar seus escritos. Pediria que editores se recusassem a publicar quaisquer obras que contenham esta espécie de declarações. Sei que isto pode ser bem difícil, dado o número de livros que nós temos ao nosso redor. Mas não vale mais ter a verdade em vez de especulação? Temos uma Igreja mundial; este é o reino de Deus na terra. A salvação e o bem-estar espiritual de milhões de membros de Igreja não vale o esforço? E consideremos as gerações ainda por vir.


Testemunhas Públicas da Revelação

Agora vamos falar das boas coisas. Vamos falar sobre esta grande revelação que foi recebida em 1978. Temos duas declarações públicas notáveis feitas por testemunhas da revelação. O Élder Bruce R. McConkie disse o seguinte:

“ [... Quando] Presidente Kimball acabou sua oração, o Senhor deu uma revelação pelo poder do Espírito Santo.  ... Nesta ocasião ... o Senhor ... derramou o Espírito Santo de uma maneira milagrosa e maravilhosa, muito superior a qualquer coisa qualquer um daqueles que estavam presentes jamais havia experimentado.

“A revelação veio ao Presidente da Igreja; também veio a cada indivíduo lá presente. Havia dez membros do Conselho dos Doze e três da Primeira Presidência lá presentes.” (“All Are Alike Unto God, publicado em Charge to Religious Educators (1982), pp.152-155)

Muito interessante ver que esta revelação que estendeu o sacerdócio a todos os homens dignos foi recebida por 13 profetas, videntes, e reveladores. Não foi só o Presidente Spencer W. Kimball que recebeu a revelação e pediu a seus conselheiros e os Doze Apóstolos que o apoiassem. Todos eles, com a exceção de dois--um que estava fora do país e outro que estava no hospital. Todos os 13 profetas, videntes, e reveladores receberam a mesma revelação ao mesmo tempo. O Élder David B. Haight num discurso em Conferência Geral em 1996 disse o seguinte:

“... Eu estava no templo quando o Presidente Spencer W. Kimball recebeu a revelação concernente ao sacerdócio. Eu era o membro júnior do Quorum dos Doze. Eu estava lá. 

“Eu estava lá quando o derramento do Espírito naquele lugar foi tão forte que nenhum de nós pôde falar depois. Nós só voltamos silenciosamente para o escritório. Ninguém conseguiu dizer nada por causa da poderosa experiência espiritual celestial.” (Relatório da Conferência Geral, Abril 1996; Ensign, Maio 1996, p. 23)

Assim sendo, enquanto nós não sabemos o motivo pelo qual algumas linhagens não podiam receber o sacerdócio, nós sabemos que a proibição acabou quando o Senhor transmitiu uma revelação poderosa a seus profetas vivos. E note que como eu disse antes, Presidentes McKay e Lee estavam inclinados a acabar com a proibição, mas o Senhor lhes disse “ainda não.” Isto não era uma decisão a ser tomada por mortais. E eu acredito no testemunho desses homens. Eles eram profetas de Deus; eu não tenho nenhuma razão para questionar ou duvidar. Eu não questiono suas experiências. Então seja qual for a razão para a proibição, ela permanece com o Senhor. E eu tenho um testemunho de que esta é a Igreja do Senhor. Esta não era apenas uma “norma” que poderia ter sido tratada administrativamente. Não. Se esse tivesse sido o caso, a proibição teria acabado em 1954 com Pres. David O. McKay, mas seja qual fôr a razão, a proibição permaneceu até 1978.
 

Alguns Pensamentos Pessoais

Ocasionalmente alguém me pergunta: “Foi muito difícil ser membro da Igreja sem possuir o sacerdócio?” Ou então, “Como é que você pôde ser membro desta Igreja sem o sacerdócio?” Eu faço minha a resposta dada por Pedro, no final do capítulo 6 do Livro de João no Novo Testamento. Depois que alguns discípulos se afastraram do Salvador porque ficaram ofendidos com o sermão do “Pão da Vida,” o Salvador perguntou aos Doze: “Quereis vós também retirar-vos?” E Pedro respondeu: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente.” (Novo Testamento; João 6:67-69)

Portanto, para aqueles que me perguntam como eu pude me tornar membro desta Igreja, eu respondo que no meu coração e em minha mente eu havia encontrado as palavras da vida eterna ensinadas por verdadeiros profetas e apóstolos vivos. Meus pais e eu não tínhamos nenhum outro lugar para onde ir.

Começei minha apresentação com o título “Todos São (Realmente) Iguais Perante Deus.” Até agora nós lidamos com a questão das razões alegadas para proibir a ordenação de homens de certas linhagens ao sacerdócio. O que então podemos dizer sobre nós mesmos, um povo com diversas culturas vindas de todos cantos da terra? Vamos ao Livro de Mórmon novamente e leiamos duas passagens no livro de Segundo Néfi. Na primeira, Néfi disse o seguinte:

“Portanto a ninguém ordena que não participe de sua salvação. ... e convida todos a virem a ele e a participarem de sua bondade; e não repudia quem quer que o procure, negro e branco, escravo e livre, homem e mulher; ... e todos são iguais perante Deus, tanto judeus como gentios.”  (O Livro de Mórmon: Outro Testamento de Jesus Cristo; 2 Néfi 26:24,33)

Quando nós nos esforçamos por guardar os mandamentos e fazer a vontade do Senhor, receberemos bênçãos Dele, e não uns dos outros. Somos apenas instrumentos nas mãos do Senhor.

De tempos em tempos alunos vieram ao meu escritório--tanto quando ensinei na BYU em Provo, como no Ricks College, e atualmente na BYU-Havaí--alunos vêm a mim e me perguntam: “É verdade que as pessoas da raça negra não alcançarão o reino celestial?” Na primeira vez que eu ouvi esta pergunta eu fiquei aborrecido e perguntei: “De onde você tirou essa idéia?” O conceito por trás daquela pergunta é simplesmente prepóstero, pois nega as bênçãos da expiação de Jesus Cristo. Mais uma vez, consideremos as palavras de Néfi: [Deus] “... não repudia quem quer que o procure, negro e branco, escravo e livre, homem e mulher ...” (O Livro de Mórmon 2 Néfi 26:33) Não vai ser um vizinho da rua que irá nos admitir no reino celestial. Considere estas palavras faladas por Jacó, irmão mais jovem de Néfi:

“... e o guardião da porta é o Santo de Israel; e ele ali não usa servo algum ...” (O Livro de Mórmon; 2 Néfi 9:41)

Vou partilhar um outro pensamento pessoal, mais uma reflexão pessoal, pela qual sou inteiramente responsável. Se existe alguém nesse mundo que não se sente confortável com a idéia de me ver no reino celestial, se eu um dia chegar àquele lugar--e estou me esforçando o melhor que posso para chegar lá--mas se alguém não se sente confortável com a idéia de viver comigo no reino celestial, esta pessoa pode procurar um outro reino de glória para si. Porque “o guardião da porta é o Santo de Israel; e ele ali não usa servo algum”.  Mãos mortais imperfeitas não podem tentar fechar os portões celestiais sem manter a si próprias do lado de fora.


Declarações Proféticas

Antes de concluirmos, consideremos duas declarações proféticas adicionais sobre o assunto, primeiro uma do Élder Russell M. Nelson do Quorum dos Doze Apóstolos, na qual ele cita uma declaração-conjunta expedida alguns anos antes pela Primeira Presidência e o Quorum dos Doze:

“É moralmente errado quando qualquer pessoa ou grupo nega a qualquer indivíduo a sua inalienável dignidade baseados na teoria trágica e detestável de superioridade racial ou cultural.” (Citado no Relatório da Conferência Geral, Abril 1994, p.93; Originalmente publicado no Church News, 24 outubro 1992, p. 4)

E estas palavras do Presidente Gordon B. Hinckley:

“Nós não devemos ser partidários de qualquer doutrina de superioridade étnica. Vivemos num mundo de diversidade. Podemos e devemos respeitar aqueles com cujos ensinamentos nós não concordamos. Devemos estar dispostos a defender os direitos de outros que venham a tornar-se vítimas de intolerância.” (Relatório da Conferência Geral, Abril 1995, p. 94)

Irmãos e irmãs, nós temos um evangelho maravilhoso; temos profetas vivos, videntes e reveladores; temos mais luz e conhecimento hoje do que tínhamos em 1900 ou em 1920 ou em 1950. Como povo, nós somos hoje um pouco mais sábios e estamos agora esforçando-nos para tornar-nos um pouco mais gentis, um pouco mais como Cristo. E para nos tornarmos como Cristo nós temos que estar dispostos a reconhecer que a expiação de Jesus Cristo foi infinita e eterna. Que o portão de céu está aberto a todo aquele que deseje aceitar os requisitos ou as condições impostas pelo Senhor. E ninguém, exceto profetas vivos, está autorizado a adicionar suas próprias condições além daquelas encontradas nas escrituras.

Não há nenhuma razão para menosprezarmos quem quer que seja, e não há nenhuma razão para rejeitar ninguém. Podemos nos unir como um povo, como uma única Sião. Visto que vivemos no mundo nesta era pré-milenial, nós temos que lidar com questões complexas trazidas a nós por outras pessoas, mas usemos nossa influência para o bem. Vamos usar a influência que nós temos para ensinar aos outros que é errado menosprezarmos nossos irmãos e irmãs, que não importa a nossa aparência--a nossa nacionalidade, o idioma que falamos; não importa quanto dinheiro ganhamos, ou que classe social pertencemos--todos somos filhos do mesmo Deus, e a diferença que existe entre nós em renda e em conforto material, são diferenças criadas pelos homens, e essas não vêm do Senhor.

Lembro-me claramente da passagem na Pérola de Grande Valor que relata a experiência que Enoque teve quando viu o Senhor que chorando--derramando lágrimas de tristeza divina ao ver a condição do mundo (Pérola de Grande Valor; Moisés 7:28-29,33-40). Uma bela passagem. Estou certo de que o Senhor ainda está chorando quando vê as disparidades e a falta de amor que existem no mundo. Esta não é uma questão entre negros e brancos. Vemos pelo mundo afora os conflitos e tensões entre os próprios brancos, e entre os próprios negros, e todas essas questões e diferenças podem ser resolvidas se todos reconhecermos que somos filhos do mesmo Deus, que todos somos herdeiros de um potencial divino, de qualidades divinas, de atributos divinos. Que podemos escolher o bem e rejeitar o mal, que podemos deixar as nossas diferenças de lado e trabalhar em prol do bem comum. Temos o poder para fazer isto. E acredito que à medida em que abraçarmos esta idéia de realmente olharmos um para o outro e ver um no outro--não importando a nossa aparência exterior--ver um no outro a imagem e semelhança de Deus, à medida em que fizermos isto nós cresceremos, nós realmente viremos a Cristo, expressão esta que eu defino como atingir um estado de ser semelhante a Cristo. Esta é a minha interpretação da expressão “Vir a Cristo.”

Testifico que este evangelho é verdadeiro. Como eu disse no início, eu sei que temos profetas vivos, e considerando os profetas do passado bem como os profetas do presente, eu testifico que eu alegremente confiaria a minha vida nas mãos de qualquer um deles. Sei que foram profetas de Deus e eles não desejariam nada para mim a não ser aquilo que seria bom e justo e enviado dos céus. E testifico isto a vocês e deixo estes pensamentos em nome de Jesus Cristo. Amém.


Nota: Este texto é uma tradução editada da transcrição do videotape da palestra gravada nos estúdios da BYU-TV em 12 de Junho de 2001 e transmitida ao longo do mês de Setermbro de 2001.  Para obter referências bibliográficas completas, por favor entre em contato comigo.

(a) No vídeo desta palestra, bem como na versão anterior em inglês publicada na Internet, o texto incorretamente usa a palavra “Cainã ao invés de “Canaã nesta seção.  Minhas desculpas por esse erro tipográfico.  A cronologia bíblica indica que este povo de Canaã viveu muitos séculos antes dos dias do neto de Noé--cuja existência só é mencionada anos depois do Dilúvio.


Correspondência:

Marcus H. Martins, Ph.D.
Chefe, Departmento de Educação Religiosa
Brigham Young University-Hawaii
Laie, Hawaii, USA   96762
Telefone: (808) 293-3643
E-mail:  martinsm@byuh.edu

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Marcus Helvécio T. A. Martins, natural do Rio de Janeiro, Brasil, é professor de Religião e Sociologia na Universidade Brigham Young-Havaí, e serve como bispo na ala BYU-Hawaii 7.