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Slide de TítuloFormalizando Relacionamentos Através da Autoridade do Sacerdócio

Marcus H. Martins, Ph.D.

Transcrição de uma mini-palestra em vídeo - 04 Junho 2021


Duas semanas atrás, recebi uma mensagem de uma ex-aluna me perguntando o seguinte:
"Estou tendo problemas com a norma da Igreja de ... não permitir que casais homossexuais sejam selados no templo. ...

"Não entendo por que eles não podem desfrutar das mesmas bênçãos que casais heterossexuais desfrutam, incluindo serem selados aos filhos. Não é diferente de crianças adotadas em famílias heterossexuais ou famílias com meio-irmãos (no caso de um pai homossexual ter um filho biológico com outro indivíduo) ...

"Eu gostaria que você [compartilhasse] sua opinião sobre este tópico
."  (Trecho de correspondência via Facebook Messenger, 18 de Maio de 2021)
Eu entrei em contato com aquela ex-aluna e tivemos uma longa conversa sobre isso. Desde então, tenho pensado mais profundamente sobre esse assunto e gostaria de compartilhar um pouco do entendimento que obtive nessas duas semanas.



O conceito fundamental é que Deus é antes de tudo um Pai—um Pai perfeitamente amoroso que tem um plano de felicidade para todos os seus filhos. Para alguns, esta afirmação pode parecer à primeira vista simplista. Até uma criança pode entender isso. No entanto, as consequências, as implicações e as aplicações da declaração são poderosas e de longo alcance.

Haverá um céu glorioso para nossos irmãos e irmãs que sentem atração pelo mesmo sexo que aceitarem as leis de Deus e viverem os princípios do evangelho restaurado de Jesus Cristo com o melhor de sua capacidade.

Lembramos que o Novo e Eterno Convênio do Casamento é a ordem (ou “departamento”) mais elevada do Sacerdócio de Melquisedeque. Ele se originou nos céus, não em normas da Igreja baseadas meramente em interpretações das escrituras.

O Profeta Joseph Smith ensinou:

As ordenanças instituídas nos céus antes da fundação do mundo, no sacerdócio, para a salvação dos homens, não devem ser alteradas nem mudadas. Todos precisamos ser salvos pelos mesmos princípios.” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja—Joseph Smith, p.439)
Os congressos, parlamentos e cortes mortais podem criar suas próprias interpretações e variações do casamento e da família, mas estas não terão qualquer impacto sobre a instituição divina estabelecida éons atrás nas cortes celestiais pela autoridade do sacerdócio divino.

Exatamente o quê está envolvido nessa instituição divina? Como isso é apresentado a nós nesta esfera mortal?

Tudo começa com um homem e uma mulher que sentem um amor romântico um pelo outro, e tendo um firme desejo de formalizar esse amor e ascender juntos em direção a um glorioso destino eterno designado divinamente, o homem e a mulher escolhem entrar na Casa do Senhor juntos para formalmente receber um ao outro como cônjuge, fazer um convênio solene um com o outro, e fazer certas promessas solenes. Esses três elementos—recebimento, fazer convênios e promessas—são administrados pela autoridade do sacerdócio.

Receber significa aceitar como autorizado, certificado. Também significa assimilar, ou tornar semelhante, absorver a tradição cultural; bem como apoiar ou sustentar. Este verbo não pode ser ignorado. É um dos componentes do Juramento e Convênio do Sacerdócio. Recebemos o sacerdócio, recebemos os servos do Senhor, recebemos o Salvador, recebemos o Pai e recebemos o reino do Pai com tudo o que lhe pertence (Doutrina e Convênios 84:35-38). E para obter este reino celestial com todos os seus adornos, um homem e uma mulher precisam receber formalmente um ao outro, em um convênio solene administrado pelo sacerdócio.

Então, tendo aceito esse convênio e feito essas promessas, eles são pronunciados—ou “declarados oficialmente” marido e esposa. Considerando que esses títulos (marido e esposa) são declarados pela autoridade do sacerdócio, em nossas mentes podemos vê-los como ofícios ou posições de responsabilidade, efetivamente funções ou papéis designados pelo sacerdócio no Novo e Eterno Convênio do Casamento.

Com isso, o casal tem bênçãos, privilégios e honras eternas selados provisoriamente sobre eles também pela autoridade do sacerdócio, baseado em sua retidão como indivíduos e como casal.

Se observamos cuidadosamente veremos que a perpetuação do relacionamento depende do casal, não da ordenança de selamento em si. Enquanto os filhos são selados ao pai e à mãe, um homem e uma mulher não são “selados um ao outro”, mas fazem convênio voluntário um com o outro de ser cônjuges justos de acordo com os “princípios de retidão” enunciados em Doutrina e Convênios seção 121 versículos 36, 41-46.

Marido e esposa decidem, através de seu exercício do arbítrio moral como indivíduos e como casal, quão estável e duradouro será o convênio entre os dois.

E se eles se esforçarem ao máximo para cumprir seus papéis designados pelo sacerdócio como marido e esposa, tendo um relacionamento bom e desejável, contando com o poder da expiação de Jesus Cristo para continuamente melhorar e refinar a si próprios e o seu relacionamento, um dia eles receberão formalmente pelo “Santo Espírito da promessa” (Doutrina e Convênios 132:7, 19) a confirmação divina de que de fato estarão juntos como um casal por toda a eternidade.

Agora, o que podemos dizer sobre aqueles que não entram nesse divinamente designado Novo e Eterno Convênio do Casamento?

Devemos observar que o sentimento humano de amor, que é parte da nossa natureza divina, sempre vai existir, independente das ordenanças do sacerdócio. Podemos esperar que o amor romântico que existe entre um homem e uma mulher, e o amor familiar que existe entre os filhos e seus pais, e entre irmãos e irmãs, existam para sempre, independentemente das ordenanças do templo. Talvez possamos estender isso para aquilo que em grego é chamado de “philia”, ou o amor que existe entre bons amigos íntimos. Como diz um ditado cada vez mais popular: “Os amigos não são selados no templo, mas são eternos”.

Essas são boas expectativas para o futuro. E o que podemos esperar no futuro? O que Deus poderia, como um Pai amoroso, ter reservado para aqueles que amam uns aos outros, mas não têm seus relacionamentos formalizados por meio do Novo e Eterno Convênio de Casamento?

O Senhor declarou:
Lembrai-vos, porém, de que aos homens não são dados todos os meus juízos(Doutrina e Convênios 29:30)
Baseado em revelação moderna, podemos entender que:
Todos os convênios, contratos, vínculos, compromissos, juramentos, votos, práticas, ligações, associações ou expectativas [precisam ser] feitos ... acertados [e] selados pelo Santo Espírito da promessa, [por meio daquele que foi ungido, tanto para esta vida como para toda a eternidade, e isso muito sagrado,] por revelação e mandamento, por meio de meu ungido, a quem designei na Terra para possuir esse poder ...

“[Por fazer isso, tais] convênios, contratos, vínculos, compromissos, juramentos, votos, práticas, ligações, associações ou expectativas … terão eficácia, virtude ou vigor ... na ressurreição dos mortos …” (Doutrina e Convênios 132:7; tradução alternativa e colchetes adicionados)
O Profeta Joseph Smith ensinou que “a mesma sociabilidade que existe entre nós, aqui, existirá entre nós lá, só que será acompanhada de glória eterna, glória essa que não experimentamos agora.” (Doutrina e Convênios 130:2)

Na terra mortal essa “sociabilidade” freqüentemente inclui o desejo de se associar, que se traduz em afliliação a clubes sociais ou esportivos, sociedades culturais ou de serviço, grupos em mídias sociais, etc.

Os mundos eternos são esferas ressuscitadas e glorificadas habitadas por indivíduos ressuscitados e glorificados. Que tipo de associações o Senhor poderia ter nos mundos eternos que de alguma maneira formalizariam os nossos relacionamentos familiares e amigáveis que existem fora do Novo e Eterno Convênio de Casamento?

Eu não tenho uma resposta para essa pergunta e não sei se teremos que esperar décadas ou mesmo séculos para obter essa resposta. Embora nossa mente mortal e compreensão imperfeita não nos permitam prever quais formas de atividades sociais poderiam estar disponíveis naquele ambiente glorificado, podemos ter uma expectativa segura de que coisas boas virão.

O profeta Morôni ensinou que “todos os que crêem em Deus podem, com segurança, esperar por um mundo melhor(Livro de Mórmon - Éter 12:4). O Apóstolo Paulo chamou Cristo de “o sumo sacerdote [de boas coisas por vir], por um maior e mais perfeito tabernáculo(Bíblia - Hebreus 9:11; colchetes com tradução alternativa) e o profeta Mórmon ensinou que “em Cristo virão todas as coisas boas”. (Livro de Mórmon - Morôni 7:22)

Concluo então com o convite feito pelo Profeta Joseph Smith à Igreja:
Portanto, amados irmãos, façamos alegremente todas as coisas que estiverem a nosso alcance; e depois aguardemos, com extrema segurança, para ver a salvação de Deus e a revelação de seu braço.” (Doutrina e Convênios 123:17)

Dr. Marcus H. Martins é professor de religião e liderança, e ex-decano na Brigham Young University-Hawaii. Serviu como tradutor, oficiante do templo, sumo conselheiro, bispo e presidente de missão.
Estas observações não constituem uma declaração oficial de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.


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